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O TikTok é um fenômeno global e tem definido a forma como as novas gerações se comportam e se relacionam com a internet. Para se ter uma ideia da grandiosidade da rede social, a TikTok Shop já é a 9ª maior varejista online de beleza dos Estados Unidos, e a segunda maior do Reino Unido. A loja é um recurso de e-commerce integrado à plataforma, possibilitando que usuários criem e gerenciem negócios próprios dentro da rede social. Nos próximos meses, o Brasil deve se tornar o primeiro país da América Latina a receber a novidade.
Por aqui, o TikTok também já conquistou números grandiosos. O aplicativo possui 82 milhões de usuários brasileiros com mais de 18 anos. De acordo com o Relatório TikTok no Brasil 2024, da consultoria Opinion Box, o perfil mais comum é o de heavy users – cerca de 80% dos usuários abrem o app pelo menos uma vez por dia. Além disso, 60% consideram o TikTok uma rede social viciante. O apelo comercial do aplicativo também está presente em nosso país, onde 1 em cada 3 usuários já comprou algum produto que conheceu na plataforma.
No entanto, nem mesmo números tão impressionantes em todo o planeta são suficientes para afastar uma ameaça que ronda a rede social há alguns anos. De propriedade da empresa chinesa ByteDance, o TikTok desperta desconfianças no governo norte-americano, que enxerga a consolidação do aplicativo como uma ameaça à soberania dos EUA.
Após muitas tentativas de suspender de vez o TikTok no país, os EUA aprovaram uma lei em abril deste ano que determina que a ByteDance venda suas operações em território americano até 2025. Se não providenciar uma nova proprietária para o TikTok dentro do período estipulado, a ByteDance será punida com o banimento definitivo do aplicativo por lá.
O TikTok vai conseguir se manter nos EUA?
Em um primeiro momento, podemos pensar que o banimento do TikTok em apenas um país poderia não significar um impacto muito grande para o aplicativo. No entanto, os EUA representam uma fatia imprescindível do faturamento da ByteDance. Segundo a agência Reuters, somente em 2023, os Estados Unidos foram responsáveis por 25% das receitas globais do TikTok, com o impressionante montante de US$ 120 bilhões.
Por esse motivo, a ByteDance, empresa fundada em 2012 e sediada em Pequim, não está disposta a abrir mão tão facilmente de seu principal produto. Além disso, o governo chinês já se manifestou publicamente contra a venda das operações, respaldado pela legislação do país asiático. A esperança da ByteDance é, então, reverter a decisão do governo americano através dos tribunais.
De acordo com especialistas na Constituição dos EUA, a lei poderia ser derrubada em um eventual embate jurídico, diante do precedente da Suprema Corte em garantir o direito dos cidadãos norte-americanos a acessar informações, conteúdos e mídias produzidas no exterior. Segundo a Primeira Emenda, o Congresso americano também não teria o poder de proibir um aplicativo sem antes provar que ele representa um risco iminente para a segurança nacional.
Qual é o futuro do TikTok?
As chances de a ByteDance conseguir manter as operações nos EUA após uma batalha judicial são consideráveis. A empresa chinesa construiu um algoritmo altamente envolvente, capaz de se adaptar rapidamente aos gostos e preferências dos usuários.
Embora essa não tenha sido a proposta original da plataforma, o TikTok está se transformando em uma ferramenta de buscas, especialmente entre usuários da Geração Z, nascidos entre 1997 e 2010. Cerca de 21% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos começam suas buscas no TikTok, devido à combinação de entretenimento e pesquisa.
A presença de empresas no TikTok também deve se tornar cada vez maior. De acordo com o Relatório TikTok no Brasil 2024, 71% dos usuários acreditam que as marcas devem estar nas redes sociais, e 68% enxergam o TikTok como uma ferramenta que aproxima empresas e pessoas. Cerca de 46% dos usuários seguem alguma marca, e 33% já compraram algo que conheceram na plataforma.
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